quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Carro 0km também precisa de atenção quando parado 21.11.2012


Os novos não escapam das consequências da inércia. Sendo ou não seminovo, há perigo em ficar estacionado


O automóvel novo, quando exposto nas concessionárias, aparenta estar imune a qualquer problema que possa vir a ter se estacionado nas casas dos proprietários. No entanto, há orientações importantes de serem tomadas independente da quilometragem do veículo, uma delas está ligada ao fato de ficar muito tempo parado.
Em matérias anteriores do caderno AUTO, foram listadas algumas recomendações para evitar danos, por exemplo, na bateria, como desconectar e desligá-la. No caso de um zero, se ele ultrapassar vinte dias parados, de acordo com o supervisor de oficina da Saga (concessionária autorizada Volkswagen), Cristiano Oliveira, é recomendado seguir o mesmo procedimento.
"A bateria deve ser desligada dos bornes para preservar a carga se não a mesma pode perder as características para carga e partida se ficar descarregada muito tempo", explica.
Para Evanildo Ferreira, chefe de oficina da Codisman (concessionária autorizada Chevrolet), essa ação pode ser adiada quando o carro possui o "modo de transporte". Trata-se de um sistema de economia de bateria, que utiliza os mínimos recursos de eletricidade.
"Só os básicos para o motor funcionam. As partes de som ou de outros acessórios que não precisem estar usando naquele momento, ele inibe também", afirma.
Essa função, segundo ele, permitiu que o tempo de percurso da fábrica até a concessionária, por meio da cegonha, não prejudicasse a vida da bateria. Sendo assim, o modo é ativado antes de seguir viagem até os representantes da marca.
Com apenas os seus equipamentos de fábrica, a bateria sobrevive por cerca de um mês parado. Quando ativada a função, o tempo de duração pode até dobrar, conforme Evanildo.
Os donos de modelos, como S10, Cruze, Sonic e Onix, que chegaram à lojas no segundo semestre deste ano podem ativar essa economia antes de uma longa viagem na qual o automóvel ficará na garagem.
As recomendações estão no manual, mas Evanildo resume o processo: "liga a chave de ignição, liga o alerta, pisa no freio e dá a partida por trinta segundo para habilitar o modo de transporte. Em alguns carros, a luz da bateria pisca enquanto esse sistema está funcionando. Depois disso, o carro reconhece que foi ativado. Ele permanece enquanto não for desativado pela mesma forma".
Na concessionária, esse sistema só é desativado durante a revisão do veículo para a entrega ao proprietário. "Só esse modo conserva a bateria. É muito difícil um carro ficar mais do que dois meses parado no estoque", declara.
Por não ser viável ter um automóvel parado na loja, a concessionária programa-se para ter uma quantidade mínima para atender o seu mercado, para evitar o máximo ter unidades sobressalentes. "O carro que chega aqui já está praticamente vendido", completa.


O vilão invisível

A maresia é a verdadeira arqui-inimiga dos amantes de automóveis, pelo menos uma de suas representantes. No entanto, está aumentando o número de concessionárias em um endereço próximo a Praia do Futuro. Segundo estudos do Centro de Pesquisa da Eletrobrás (Cepel), ela possui o segundo maior índice de poluição salina do mundo, ficando atrás apenas da região do Mar Morto, em Israel. Então, vem a pergunta: como as empresas protegem os seus carros?
De acordo com Cristiano, a razão das marcas não se preocuparem com a sua localização é decorrente do investimento e utilização de proteção antioxidante em peças e pinturas. "Em um veículo sem essa proteção, após um ano é bem perceptível a ação da maresia", alerta.
Na cegonha ou ainda na loja, o carro tem a sua cor opaca e aparentemente sujo, todavia o que parece ser sujeira é proteção. "Quando vem de fábrica, o veículo chega com uma cera protetiva, então ele está preparado para aguentar a maresia", revela Evanildo.
A cera é adequada até mesmo para o transporte, para evitar que a pintura arranhe decorrente a poeira ou grãos de areia. Ela é retirada anterior a entrega do carro com um produto específico.
De acordo com ele, algumas peças estão sujeitas a oxidação de forma inevitável, principalmente as localizadas na parte inferior do automóvel, como o escapamento, bloco de motor e outras partes que sofrem aquecimento. Porém, só começa demonstrar os danos da maresia após, em média, seis meses. Por isso, não é tão perigo às concessionárias, já que elas propõe-se a vender em período inferior a esse.


Quilômetros rodados


O fato de estar parado é muito mais prejudicial para um semi-novo do que para um 0km. "O novo está preparado para durar um bom tempo no estoque. O usado não, as peças já se movimentaram, então tem que fazer constantemente manutenção", aponta Evanildo.
Como, segundo ele, "tudo que é móvel, quando para, a tendência é parar", então é preciso fazer prevenção constante de alguns componentes, como o cilindro mestre do freio, a bomba de água e a de combustível.
Como destaca Cristiano, a revisão não deve ser feita somente com base na quilometragem e, sim, considerar também o período do intervalo de seis meses entre as revisões.