sexta-feira, 12 de julho de 2013

De olho nas borrachas para evitar infiltração

Não é preciso encarar locais alagados para entrar água no carro. Basta falta de cuidado com borrachas de porta, por exemplo, para o habitáculo ser “invadido”. Especialmente se o carro estiver parado em um local ruim, como rente à uma guia em descida.

Segundo o analista técnico do CESVI (Centro de Experimentação e Segurança Viária), Gerson Burin, a qualidade das borrachas de portas dos veículos – chamada de guarnição – varia bastante. “Somente a espessura das guarnições não determina a qualidade de vedação das portas. De maneira geral, modelos off-road e picapes são feitos para suportar melhor o ataque tanto de água, como de terra e resíduos”.

Limpeza simples
Segundo Burin, a melhor maneira de limpar as guarnições de portas é passando um pano umedecido em água. Se estiver muito sujo, deve-se usar detergente neutro. O uso de silicone líquido pode até proteger a borracha a longo prazo, mas acaba por impregnar mais resíduos.
Não há um tempo de vida pré-determinado para as guarnições. Assim como demais borrachas, elas sofrem com tempo de uso e calor excessivo. Por isso, podem até encolher de tamanho e a vedação fica insuficiente. Borrachas com ondulações e deformações também deixam a água e resíduos adentrarem o habitáculo.

Nestes casos, o ideal é trocar as guarnições em concessionária ou oficinas especializadas em borrachas e pára-brisas. E por falar no grande vidro dianteiro, este é outro local em que pode haver infiltração. “Quando você compra um carro usado, por exemplo, não sabe se o pára-brisa foi trocado. Atualmente colados na carroceria, devem ter o serviço de reposição bem executado. Do contrário, a água tende a escorrer aos poucos pelo painel do carro”, diz o técnico.
Outros locais que valem checagem visual são os selos da parede corta-fogo do motor, locais por onde passa o cabo de embreagem e chicotes. “Estes selos não foram feitos para resistir a uma enxurrada. Se estiverem rasgados ou em mau-estado, são locais a serem checados/trocados”. E Burin completa: “Abaixo do assoalho dianteiro também há outros selos, que tapam os orifícios responsáveis pela saída de elementos químicos após a pintura na montadora. Embora sejam herméticos, podem ter se soltado ou deformado. Estes sim, podem ser grandes causadores de entrada de água”, completa.
Carros com teto-solar também podem sofrer com infiltração, muitas vezes por falta de hidratação do tecido que veda e circunda a “janela superior”. O cuidado deve ser feito usando vaselina específica, encontrada em lojas que trabalham com tetos-solares.
Por fim, deve-se regular o fechamento das portas – em especial nos carros usados. Trata-se de algo simples: é feito por parafusos de borracha com rosca, que dão mais ou menos pressão na hora de fechar uma porta ou a tampa traseira.
Pode parecer besteira, mas após encarar uma bela enxurrada tropical, estes pequenos cuidados (e gastos) parecerão muito maiores e mais importantes!

Fonte: revistaautoesporte - acesse aqui.