quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Polo mostra força contra o City



A Volkswagen remodelou recentemente o Polo Sedan ao modelo, que chegou ao Brasil em 2003 e passou por uma reestilização mais profunda em 2006. Dessa vez, apenas para-choques são novos, claro sinal de que o modelo não terá muito tempo de vida. Porém, projetos mais antigos têm sua vantagem, que é oferecer um bom pacote de equipamentos por um preço razoável.
Na versão Comfortline com motor de 2,0 litros, o sedã da Volks já vem com ar-condicionado digital automático, airbag duplo, freios ABS, CD-player com entrada USB e iPod, direção eletro-hidráulica, rodas de liga-leve de 15 polegadas e controlador de velocidade. O custo para tudo isso é R$ 56.700.
Mais próximo disso está o Honda City na versão LX com motor de 1,5 litro e que custa R$ 57.420. Mais moderno, o sedã japonês se dá ao luxo de cobrar mais caro, mas tem ar-condicionado manual com comandos analógicos e perde os freios ABS. Isso tudo só na versão EX que custa R$ 62.975.
Os dois carros são equipados com câmbio manual. O City LX oferece o automático de cinco marchas por R$ 61.300, mas isso não existe para o Polo. O mais perto disso é a caixa automatizada iMotion, mas ofertada somente com motor de 1,6 litro. No caso dos manuais, ponto para o Polo com engates mais precisos e macios, uma referência quando o assunto é câmbio.
Tiro curto versus maratona
Engane-se porém quem achar que a comparação é injusta por um motor ser de 2,0 litros e outro de 1,5 l. O propulsor do Polo é mais forte mesmo, com torque máximo de 17,3 kgfm logo aos 2.250 rpm. O City fica nos 14,8 kgfm e somente com 4.800 giros. Isso significa que, se o Volkswagen ganharia uma corrida de 100 m, o City teria mais fôlego para ganhar uma maratona.
O motor do Polo responde de primeira ao acelerador, mas perde força com ponteiro do conta-giros em números mais altos. O Honda tem saída suficiente para seu peso, mas tem mais capacidade de respostas em giros mais altos. A potência dos dois propulsores são bem próximas, com 120 cv para o Volkswagen e 116 para o Honda, que não divulga dados de desempenho de seus modelos.
O Polo, segundo sua fabricante, acelera de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e pode chegar a 197 km/h. Todos os números são considerados com etanol nos tanques. É também o mais divertido de guiar, com sua direção direta e suspensão mais firme, porém sem ser desconfortável. O City também agrada, mas é um carro mais sério, correto demais nas repostas sem passar emoção ao motorista.

Porte é o ponto forte do Honda
A diferença de anos de projeto de um carro para outro é visto no porte de cada um. O Polo é menor, tem 4,16 m de comprimento, 1,65 m de largura e 2,46 m de distância entre-eixos. O City tem, respectivamente, 4,40 m, 1,69 m e 2,55 m. Medidas mais generosas significam mais espaço interno e conforto.
O porta-malas, ponto importante para um sedã, também é maior no Honda, com 506 litros contra os 452 do rival. A vantagem do Polo está na abertura pantográfica, sem os braços que invadem a área de bagagem presentes no City.
Veredicto de Fernando Pedroso – O Honda City agrada por ser um projeto moderno e mais espaçoso, mas é um carro que não passa emoção para o motorista. É justo em tudo o que faz. O Polo já é mais divertido, além de ser mais barato e melhor equipado, o bastante para vencer o comparativo. O Honda só vale a pena mesmo se a preferência for pelo câmbio automático.