quarta-feira, 18 de abril de 2012

Primeiras impressões: Volkswagen Touareg V6


SUV agrada seja na hora de acelerar ou de acomodar os passageiros. Falta memória para o banco do motorista, e os opcionais são caros.



18/04/2012 08h00 - Atualizado em 18/04/2012 08h00


Frente imponente e sem exageros; faróis de LEDs são destaque. (Foto: Divulgação)
Rodrigo MoraDo G1, em São Paulo
O jipão da Volkswagen está disponível nas versões 4.2 V8 FSI (R$ 308.189) e 3.6 V6 FSI (R$ 254.139, tema desta avaliação), já levando em conta a nova alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). E ambos ainda podem ficar mais caros, cerca de R$ 30.000 (V6) e R$ 40.000 (V8), caso o cliente opte por todos os opcionais. Entre eles, o mais interessante é o ajuste automático de distância (ACC), uma espécie de controle de cruzeiro inteligente, que mantém a distância do carro da frente conforme estipulado pelo motorista, aumentando ou diminuindo a velocidade -parece mágica, mas custa R$ 12.160.

A primeira boa impressão vem do visual: o novoTouareg está mais elegante e atraente, com uma frente proporcional, que sem forçar muito a barra até poderia ser encaixada num sedã. O uso de LEDs nos faróis é um recurso sempre perigoso esteticamente (podendo pender para a cafonice), mas encontra no Touareg um dos melhores exemplos de equilíbrio entre decoração e funcionalidade. A traseira lembra a do modelo antigo, mas as novas lanternas afiladas deram uma improvável suavidade ao visual do jipão. Internamente, o Touareg continua seduzindo. 
Traseira é parruda, mas lanternas garantem visual mais leve
A começar pelo conforto dos bancos (em couro), a posição de guiar de carro esportivo, o imenso espaço e o painel, que consegue apresentar uma grande quantidade de informações sem ser confuso. Os mostradores maiores (velocímetro e conta-giros) estão charmosamente voltados para dentro, enquanto os menores (combustível e temperatura) remetem a relógios de marcas clássicas. O mais louvável é seu interior entregar alta dose de luxo sem apelar para o já batido acabamento que imita madeira (o mesmo não se pode dizer da versão V8, vale lembrar). No entanto, o fato de o banco do motorista não ter memória é uma falta de nível médio.
Como convém a um SUV requintado, o sistema de tração 4x4 é comandado não por uma arcaica e nada amigável alavanca, mas sim por um simples botão rotativo. O teto-solar panorâmico - opcional que custa R$ 8.995 - também deve agradar. Em resumo, o aconchego é tamanho que se algum proprietário quisesse ver como é a linha de produção do Touareg, na Eslováquia, poderia ir dirigindo até lá.
Interior tem excelente ergonomia e conforte e espaço de sobra (Foto: Divulgação)
Ao volante
O Touareg V6 é equipado com um motor de 3.6 litros, de 280 cavalos. São números que sugerem certa brutalidade, que o SUV confirma quando o acelerador é “empurrado” contra o assoalho. Os resultados que motor e câmbio apresentam tornam irrelevantes o peso e o tamanho do carro.

Com o tempo, motorista se habitua ao tamanho do carro
Mas toda essa força também pode se converter em suavidade: a 120 km/h, o conta-giros aponta 2.000 rotações por minuto. Mérito da transmissão automática, de oito velocidades e funcionamento irrepreensível - o que significa trocas precisas e rápidas. A estabilidade, garantida pela tração integral, também é um importante trunfo a favor da dirigibilidade do Touareg. 
O tamanho – são 4,79 metros de comprimento e, mais complicador, 1,94 m de largura – é o grande defeito quando se está na cidade. Porém, conforme motorista e carro vão ficando mais íntimos, torna-se possível colocar o utilitário esportivo em espaços que antes pareciam menores do que ele. A partir daí, fica mais fácil utilizá-lo na cidade, onde, definitivamente, não é o seu lugar.