SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de automóveis e comerciais
leves novos no país em maio subiram 12 por cento sobre abril, apoiadas mais por
um período maior de dias úteis do que pelo pacote do governo lançado no final
do mês passado para estimular o setor automotivo, informou uma fonte com acesso
a dados preliminares de emplacamentos nesta sexta-feira. As vendas de maio somaram 274,49 mil unidades, queda de 8,7
por cento sobre o mesmo mês de 2011, que registrou licenciamentos de 300,53 mil
veículos. Com isso, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, as
vendas de automóveis e comerciais leves novos no país somam 1,29 milhão de
unidades, queda de 4,4 por cento sobre o mesmo período de 2011. O volume vendido em maio correspondeu a 12.476 unidades
licenciadas por dia útil, ligeiro aumento ante a média de 12.243 veículos
emplacados em abril, segundo os dados. Maio, segundo melhor mês de vendas no
ano até agora, contou com 22 dias úteis enquanto abril teve 20. "A média diária ainda está fraca. O que está abalando o
setor é a inadimplência e os dados de atraso de abril vieram menores, devemos
começar a ver uma melhora na inadimplência nos próximos meses, com efeitos de
queda de juros", disse a analista do setor automotivo da consultoria
Tendências, Stefania Grezzana. "Além disso, com as novas medidas do governo para o
setor, a gente pode ver alguma retomada mais forte nas vendas a partir de
junho", acrescentou a analista, que trabalhava com expectativa de vendas
de 284 mil automóveis e comerciais leves em maio. O governo adotou em 21 de maio medidas de estímulo aos
setores automotivo e de bens de capital , reduzindo alíquotas do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) para veículos e anunciando juros menores em
linhas do BNDES para máquinas e equipamentos. Segundo a fonte, apesar das medidas, apenas na quinta-feira
o emplacamento de veículos teve um aumento significativo, já que desde o dia
22, dia seguinte ao anúncio do pacote, o setor vinha observando emplacamentos
abaixo da média, em meio às incertezas dos consumidores sobre a economia e
crédito contido pelos bancos ao financiamento de veículos. Os dados oficiais do setor serão divulgados na próxima
semana pelas associações de concessionários, Fenabrave, e de montadoras,
Anfavea. Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto do primeiro trimestre cresceu 0,8
por cento sobre os três primeiros meses de 2011 . No mesmo período, as vendas
de automóveis e comerciais leves apresentaram recuo de 0,6 por cento e a
produção caiu 9,3 por cento. A Fiat apurou em maio vendas 11,1 por cento maiores que em
abril, a 59.485 automóveis e comerciais leves, retendo a liderança do segmento
com 21,67 por cento de participação. A General Motors registrou avanço de 32,4 por cento nas
vendas sobre abril, para 54.784 unidades, capturando participação de 19,96 por
cento do mercado. A norte-americana foi seguida pela Volkswagen, que teve
emplacamentos de 54.337 unidades, crescimento de 6,69 por cento na mesma
comparação e 19,8 por cento de participação, segundo a fonte. A Ford apurou licenciamentos de 24.269 automóveis e
comerciais leves e fatia de 8,84 por cento, praticamente estável ante às vendas
de 24.100 unidades de abril. A montadora norte-americana foi seguida pela
Renault, com vendas de 17.434 unidades, crescimento de 5,4 por cento sobre
abril e fatia 6,35 por cento das vendas, informou a fonte.